quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Bem & Acção

Como reagir ao mal? Como responder ao mal? Este nome que tanto nos afecta e que se apresenta diante de nós através dos mais diversos meios: jornais, rádio e televisão, internet, etc… E com diversas faces: a crise económica e financeira, a diminuição dos bens, o desemprego, a fome e… poderia continuar até à exaustão!

O melhor caminho e a melhor resposta a todos estes males não pode nem deve ser, uma reacção directa e imediatista contra o mal. Eu explico-me melhor para não parecer que defendo a passividade: O agir da pessoa, o melhor caminho a seguir, deve ser, fazendo o bem. Todos e cada um é chamado a dar, a fazer, a estar, o melhor e o possível, tendo uma meta: o bem comum. A interpretação cristã ao longo da história inspirada em Jesus, é romper a espiral do mal e ter a coragem da construção do Bem! E isso tem a eficácia, logo a partir da procura bem como na sua realização.

No documento Sollicitudo rei socialis, n.36., João Paulo II define uma existência de «estruturas de pecado», e afirma que o mundo está submetido a elas. Essas estruturas são um conjunto dos factores negativos, que agem em sentido contrário a uma verdadeira consciência do bem comum universal. Se a situação actual se deve às «estruturas de pecado», estas radicam-se no pecado pessoal e, por isso, estão sempre ligadas a actos concretos da pessoa. Estas consolidando-se em cada gesto pérfido e tornando-se cada vez mais difícil removê-las e reforçadas, expandem-se e tornam-se fontes de outros pecados, condicionando o comportamento da pessoa.

Só com a conversão, só com uma nova ética de vida, acontece a conversão das estruturas. Porque é na relacionalidade interpessoal, ligada à interiorização dos verdadeiros valores que surge a desejada vida boa, que na sua máxima expressão, apresenta uma positividade que ultrapassa os limites do indivíduo.

Um último passo: confiar-se ao outro, facilita uma verdadeira liberdade de vida. Nisto que exige da parte dos homens atitudes precisas, é que se exprimem também acções de confiar. E já na «segunda tábua» dos dez Mandamentos (cf. Ex 20, 12-17; Dt 5, 16-21) vem escrito que: com a inobservância destas, ofende-se a Deus e prejudica-se o próximo, introduzindo no mundo o egoísmo e não a confiança, condicionamentos e não liberdade e obstáculos que quebram a ordem e a harmonia estabelecida por Deus.

Pode concluir-se que se o mal feito tem consequências imprevisíveis, somente um pequeno gesto de bem realizado terá ainda consequências maiores. E é Jesus que nos diz: “Quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.»” (Mt 10, 42).

Um ano de 2011 segundo a vontade de Deus
Pasadas Pimenta

Imagem: WEYDEN, Rogier van der - Braque Family Triptych (detail)

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